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sábado, 9 de outubro de 2010

Marina divulga agenda para discutir com Dilma e Serra

SÃO PAULO (Reuters) - A senadora Marina Silva (PV), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições, divulgou nesta sexta-feira uma agenda programática de dez pontos que servirá de base para as conversas com dois candidatos que vão disputar a corrida presidencial, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Durante a divulgação das propostas, Marina não externou sua posição pessoal no segundo turno. Ela, junto à direção do PV, procurou afastar que a oferta de cargos em um futuro governo faça parte da negociação com petistas e tucanos.

"Estamos fazendo um esforço programático para a sociedade e não baseados em laços de amizade ou em encenações de negociações de cargos", disse Marina a jornalistas, criticando o fisiologismo e o que chamou de "velha política" do sistema partidário.

O candidato Serra teria oferecido quatro ministérios ao PV nesta semana, segundo a mídia, o que já foi desmentido pelo candidato.
Na proposta do PV, intitulada "Agenda por um Brasil Justo e Sustentável", constam temas como a transparência das informações do orçamento da União, limitação dos gastos de custeio do governo federal à metade do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a elevação do investimento em educação, realização da reforma eleitoral, além de uma série de exigências em relação ao meio ambiente.
O tema da descriminalização do aborto, que se tornou polêmico na eleição presidencial, não consta da agenda.
Marina, que recebeu quase 20 milhões de votos e tem seu patrimônio eleitoral disputado pelos dois adversários que disputam o segundo turno, não indicou se vai conversar diretamente com cada um dos candidatos sobre o programa, mas afirmou que os dados serão encaminhados às campanhas das coligações de Dilma e de Serra.
Ela reafirmou que a decisão de apoio a um dos dois candidatos sairá em uma convenção do PV no dia 17, como havia sido anunciado anteriormente. Está previsto também que o partido fique independente.
A senadora não externou sua posição, dizendo que vai passar pelo processo de consultas estabelecido, mas deixou a porta aberta para tomar uma atitude pessoal.

"O que está previsto no estatuto é que todos tenham o direito de manifestar sua posição. Isso é uma dádiva para a direção e para os filiados. Por que vamos abrir mão desta dádiva partidária?", indagou.

No dia 13, logo depois do feriado, o PV fará em Brasília uma nova reunião de sua executiva para organizar a convenção do partido quatro dias depois.
Marina Silva foi filiada ao PT por 24 anos, deixou a legenda no ano passado, migrou para o PV e, em seguida, anunciou a candidatura à Presidência.
Se em São Paulo e Rio de Janeiro o PV é ligado ao PSDB e ao DEM, no plano federal o partido faz parte da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.

(Reportagem Carmen Munari)

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